A
participação da diretora da APLB Sindicato, Jacilene Nascimento, no programa de
Nelson Pelegrino (PT), durante a propaganda eleitoral gratuita do segundo turno
das eleições municipais de Salvador, desagradou vários professores da rede
estadual de ensino, nesta terça, dia 16. Os docentes demonstraram a
insatisfação com a declaração da dirigente na fanpage da classe, no Facebook,
que reúne mais de 15 mil pessoas. No vídeo do programa, Jacilene Nascimento diz
que há seis anos, período no qual Jaques Wagner está à frente do Governo do
Estado, os docentes ganham o piso salarial.
Alguns
professores criticaram a aparição de Jacilene no vídeo justamente por conta da
sua função enquanto diretora da APLB, o que, para alguns é incoerente, já que a
diretora representa uma classe. "Cada um vota em quem entender, contudo,
membros de sindicato tem o dever em dobro de manter o seu voto secreto. Cabe em
razão do respeito aos professores, a discrição e o silêncio do voto de qualquer
um que componha o quadro da coordenação da APLB...Exigimos retratação",
escreveu Vi Longuinho, uma dos membros que integram a fanpage.
Em
outra postagem, o internauta João Macumba também manifestou a sua indignação. O
integrante da página Professores do Estado da Bahia primeiro perguntou aos
outros usuários do Facebook o que eles acharam da participação da diretora,
para depois afirmar que Jacilene Nascimento é representante de uma categoria
que foi "humilhada e desrespeitada pelo governo do PT e que, por este
motivo, não deveria fazer parte do programa".
Em
entrevista ao A TARDE, a diretora da APLB afirmou que não vê problema algum em
fazer propaganda a favor do PT, porque, independente do agrupamento ao qual
pertence, tem a sua opinião pessoal. Jacilene Nascimento, que é filiada ao PC
do B, disse ainda que é vencedora de cinco prêmios em qualidade de
educação e que tem "toda propriedade para falar de educação em qualquer
lugar".
A
diretora destacou também que, embora seja professora da rede municipal, sabe o
valor dos salários dos professores do estado por ser a diretora da entidade
sindical. "Em momento algum disse que o piso nos contenta, mas que ele
existe e que houve evolução de lá para cá", afirmou a diretora. Segundo
Jacilene, atualmente, um docente da rede estadual ganha R$ 1.400 por 20 horas
de trabalho semanal. "Esse salário não é um sonho. Ninguém sonha com 1.400
como salário, mas acho que devemos ser verdadeiros. Eu tenho o meu lado, e acho
que educador deve ter lado sempre".
Saída - Alguns integrantes da fanpage defendem que
deve haver uma retratação por parte da diretora, como Sandra Simões, e outros
pedem até a saída da dirigente da APLB, como Cláudio Rebello e Iêda Leones.
"Acabei de enviar mensagem para o sindicato. Temos de pressionar a saída
desta senhora que não nos representa", escreveu Rebello.
Um
dos únicos comentários a favor da diretora foi o de Mariana Dias, que defendeu
o direito da professora de expor a sua opinião. "Ela não disse que a APLB
estava com Pelegrino, em lugar nenhum. Não distorçam as coisas. Ela, como
cidadã livre apoia o candidato".]
O
descontentamento da categoria, manifestado na rede social, tem ligação direta
com a greve de 115 dias dos professores estaduais e com o desgaste gerado entre
a categoria e o governador Jaques Wagner. A paralisação foi suspensa mesmo com
a categoria tendo rejeitado a contraproposta do governo. Nela, além dos
reajustes dos salários, de 6,5% a 11,5%, o governo ofereceu promoção com ganho
de 7% em novembro de 2012, e outra, de 7% em março do próximo ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário