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terça-feira, 16 de outubro de 2012

Professores criticam diretora da APLB por propaganda do PT



A participação da diretora da APLB Sindicato, Jacilene Nascimento, no programa de Nelson Pelegrino (PT), durante a propaganda eleitoral gratuita do segundo turno das eleições municipais de Salvador, desagradou vários professores da rede estadual de ensino, nesta terça, dia 16. Os docentes demonstraram a insatisfação com a declaração da dirigente na fanpage da classe, no Facebook, que reúne mais de 15 mil pessoas. No vídeo do programa, Jacilene Nascimento diz que há seis anos, período no qual Jaques Wagner está à frente do Governo do Estado, os docentes ganham o piso salarial.
Alguns professores criticaram a aparição de Jacilene no vídeo justamente por conta da sua função enquanto diretora da APLB, o que, para alguns é incoerente, já que a diretora representa uma classe. "Cada um vota em quem entender, contudo, membros de sindicato tem o dever em dobro de manter o seu voto secreto. Cabe em razão do respeito aos professores, a discrição e o silêncio do voto de qualquer um que componha o quadro da coordenação da APLB...Exigimos retratação", escreveu Vi Longuinho, uma dos membros que integram a fanpage. 
Em outra postagem, o internauta João Macumba também manifestou a sua indignação. O integrante da página Professores do Estado da Bahia primeiro perguntou aos outros usuários do Facebook o que eles acharam da participação da diretora, para depois afirmar que Jacilene Nascimento é representante de uma categoria que foi "humilhada e desrespeitada pelo governo do PT e que, por este motivo, não deveria fazer parte do programa". 
Em entrevista ao A TARDE, a diretora da APLB afirmou que não vê problema algum em fazer propaganda a favor do PT, porque, independente do agrupamento ao qual pertence, tem a sua opinião pessoal. Jacilene Nascimento, que é filiada ao PC do B, disse ainda que  é vencedora de cinco prêmios em qualidade de educação e que tem "toda propriedade para falar de educação em qualquer lugar".
A diretora destacou também que, embora seja professora da rede municipal, sabe o valor dos salários dos professores do estado por ser a diretora da entidade sindical. "Em momento algum disse que o piso nos contenta, mas que ele existe e que houve evolução de lá para cá", afirmou a diretora. Segundo Jacilene, atualmente, um docente da rede estadual ganha R$ 1.400 por 20 horas de trabalho semanal. "Esse salário não é um sonho. Ninguém sonha com 1.400 como salário, mas acho que devemos ser verdadeiros. Eu tenho o meu lado, e acho que educador deve ter lado sempre".
Saída - Alguns integrantes da fanpage defendem que deve haver uma retratação por parte da diretora, como Sandra Simões, e outros pedem até a saída da dirigente da APLB, como Cláudio Rebello e Iêda Leones. "Acabei de enviar mensagem para o sindicato. Temos de pressionar a saída desta senhora que não nos representa", escreveu Rebello.
Um dos únicos comentários a favor da diretora foi o de Mariana Dias, que defendeu o direito da professora de expor a sua opinião. "Ela não disse que a APLB estava com Pelegrino, em lugar nenhum. Não distorçam as coisas. Ela, como cidadã livre apoia o candidato".]
O descontentamento da categoria, manifestado na rede social, tem ligação direta com a greve de 115 dias dos professores estaduais e com o desgaste gerado entre a categoria e o governador Jaques Wagner. A paralisação foi suspensa mesmo com a categoria tendo rejeitado a contraproposta do governo. Nela, além dos reajustes dos salários, de 6,5% a 11,5%, o governo ofereceu promoção com ganho de 7% em novembro de 2012, e outra, de 7% em março do próximo ano.

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